O isolamento social é uma das medidas preventivas para conter a aglomeração de pessoas e, assim, evitar a proliferação do novo coronavírus. Com isso, o segmento de eventos do país sofreu drasticamnte. Um levantamento feito pelo Sebrae, em abril, mostra que a pandemia do coronavírus afetou 98% do setor de eventos.
Praticamente todas as conferências, feiras e shows foram cancelados ou adiados sem nenhuma garantia de outra data viável em 2020. Um dos muitos problemas é a dificuldade de reorganizar um evento quando não temos um cronograma para trabalhar. Isso gera muita instabilidade para organizadores de eventos. O impacto do COVID-19 mudará a forma como os eventos são realizados e trará mudanças reais para o mercado de eventos para entender os impactos do coronavírus nas feiras de reciclagem conversamos com os responsáveis pelas seguintes feiras: Feitech, Expo Recicla e Waste Expo Brasil.
Para Jesus Gomes, responsável pela feira Waste Expo Brasil, em um primeiro momento, ainda no começo de abril eles acreditavam que a Waste Expo Brasil iria acontecer como planejado. Naquela época, a média diária de óbitos no país era de 100 pessoas e, por total desconhecimento e desinformação da doença naquela altura, eles mantinham o otimismo. “No entanto, no dia 19 de maio, quando o país registrou mais de 1.100 mortes, sem nenhuma perspectiva de melhora, com o cancelamento de voos, fechamento dos aeroportos e hospitais abarrotados, ficou claro que apenas a vacina de imunização permitiria a realização de um evento que causasse contato social, como é o caso da feira e do nosso seminário. Embora quase a totalidade dos meus clientes tenham mantido a participação, dois dos nossos expositores cancelaram seus contratos e, evidentemente, também paramos de comercializar novos espaços e as cotas de patrocínio pela imprevisibilidade do mercado” relata.
Jesus, afirma que a decisão de prostergar a feira não foi fácil, mas sabíamos que era necessária. Esta decisão foi adotada em conjunto com todos os seus clientes, patrocinadores e parceiros e em respeito ao cenário atípico e de total imprevisibilidade. O principal objetivo foi resguardar a saúde e a integridade de todos aqueles que estariam presentes este ano na feira e no seminário.
“Apesar da mundaça na data e a impossibilidade de realizarmos o evento em novembro, a Waste Expo Brasil reafirma seu compromisso conceitual, que é o de entregar ao mercado um evento de extrema qualidade, com a promoção de contatos profissionais de alto nível, com a geração de negócios, com a oferta de conteúdo técnico relevante e com a exposição de máquinas, equipamentos e serviços para toda a indústria”, afirma.
Até o momento, a Waste Expo Brasil pretender manter a formatação tradicional da feira. Garantindo estar preparados para receberem expositores, público visitante, congressistas e todos os colaboradores com total segurança e tranquilidade. Buscando as melhores soluções para adequar sua estrutura e treinar toda equipe para atender os protocolos exigidos pelo plano de flexibilização do governo e diretrizes dos órgãos de saúde. Em parceria com o Hospital Sírio- Libanês, em São Paulo, foi criado um plano completo, seguro e abrangente, e a equipe estará altamente treinada para receber, orientar, ajudar e acolher todo o público.
Para Jesus, a próxima edição da Waste Expo não deve ter diminuição em relação aos expositores, afinal esse é um mercado essencial para a saúde pública, para o bom funcionamento das cidades, para a preservação ambiental e para a economia de forma geral. As perspectivas dele é que o setor irá se recuperar muito rápido, ainda em 2021.”Se tivéssemos mantido a data original, que seria em novembro deste ano, certamente teríamos menos expositores que a última edição. Mas como mudamos a data para maio do ano que vem estamos convencidos que iremos ter um super evento com muitos expositores. Prova disto foram as duas novas empresas que entraram este mês, faltando 8 meses para a feira”, afirma.
Já a feira Feitech tinha sua primeira edição programada para o ano de 2020. Devido ao COVID-19 teve que ser cancelada, até o momento a feira não possui uma nova data de realização. “O impacto do coronavírus foi bem negativo, visto que eventos desse porte ficaram prejudicados pelo isolamento social”, afirma Anderson Moreno.
Algumas medidas de segurança até a a próxima Feitech já foram pensadas. Se ainda não tivermos vacina, terá tapete higienizante na entrada da feira, álcool gel e todos os visitantes deverão estar de máscara para entrar. Os expositores deverão utilizar Face Shield, assim como máscaras e todos os stands deverá ter álcool gel disponível. A Feitch prevê uma redução de expositores por causa do impacto do COVID-19.
Assim como em todos os outros eventos que geram aglomeração a Exporecicla assumiu um novo formato em 2020, um evento hibrido, realizado em studio. Conforme conversado com o Presidente do Sindiverde, Mark Augusto Lara Pereira. As perspectivas para o evento são animadoras, pois a aceitação de eventos virtuais tem-se consolidado ao longo deste período de pandemia. A Exporecicla@Home acontecerá nos dias 04 e 05 de novembro, com transmissão pelo YouTube.
A próxima edição presencial da feira está marcada para junho de 2021, no Centro de Eventos do Ceará. O Sindiverde garante que a realização do evento presencial, adotará todas as medidas de segurança orientadas pela OMS e o Governo do Estado do Ceará.
