O coronavírus está interrompendo cada vez mais empresas de reciclagem e mercado de sucata em todo o mundo. O fechamento de cidades, grandes portos e áreas industriais na China está afetando cada vez mais a infraestrutura de reciclagem, dizem os líderes da sucata. A maioria das empresas de reciclagem de sucata na China está trabalhando de forma remota. Outra grande preocupação continua sendo o transporte, com tudo isso acontecendo as fábricas não estão recebendo matérias primas dentro do prazo.
O coronavírus não está apenas causando dores de cabeça sobre o impacto nos negócios, mas também levanta preocupações de risco á saúde entre recicladores e comerciantes. A maioria dos recicladores reduziram as suas viagens de negócios. Enquanto isso, um numero crescente de eventos foi adiado ou cancelado. Prevê-se que a economia da China encolha 9% até o final do primeiro trimestre de 2020. A produção fabril está no nível mais baixo dos últimos 30 anos e as vendas de carros caíram 92% nas duas primeiras semanas de fevereiro. Espera-se que a economia se recupere um pouco, até o terceiro trimestre, na melhor das hipóteses, com o quarto trimestre muito mais provável.
O surto da doença acarreta impactos para a economia brasileira também. Afinal, a China é nosso maior mercado exportador. O presidente da ABIPLAST (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), José Ricardo Roriz Coelho explica que o coronavírus pode impactar o mercado de produção de plásticos. Segundo ele “empresas brasileiras já citam um aumento na procura por produtos para exportação para China”.
Em 2018, as exportações brasileiras para a China cresceram 35%, e devido ao surto do coronavírus, as fábricas paralisaram suas atividades. Possivelmente, as exportações para a China poderão sofrer um aumento considerável, pois a população da China precisará se alimentar, e sua produção local pode ser afetada, criando uma oportunidade para o Brasil de importar mais.
Roriz ainda explica que será possível ver os impactos no aumento do consumo de descartáveis, em contradição a toda essa movimentação de banimentos e proibições. “Em casos de problemas de saúde pública, os descartáveis são soluções importantes para evitar contaminação. A própria ANVISA recomenda não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, prato, copos ou garrafas devido ao vírus”.