Desde 2022, Soraia Patrícia Ribeiro, de 33 anos, percorre as ruas da Região Oeste de Belo Horizonte, Minas Gerais atrás de resíduos recicláveis.
Para ajudar no sustento da família, Soraia Ribeiro percorre as ruas da Região Oeste de Belo Horizonte, em Minas Gerais, em busca de materiais recicláveis, que muitos jogam no lixo. Ela é divorciada, tem 33 anos e uma filha de 2 anos que possui epilepsia refratária difícil controle. Há cerca de um ano, ela encontrou na reciclagem uma fonte de renda para ela e sua família, a reciclagem tem feito a diferença na sua vida.
Soraia é formada em pedagogia e está finalizando sua pós graduação em neuropsicopedagogia ela trabalhava como auxiliar de apoio a educação infantil. Ela conheceu o WasteBank num período bem complicado da sua vida, quando sua filha completou 1 ano de idade e seu caso de saúde começou a piorar. Foi nesse período que ela precisou se ausentar do trabalho para se dedicar exclusivamente a sua filha que fica internada constantemente e teve que ser afastada da escola por causa das crises. Mas desse modo, ela acaba não recebendo, o que acabou lhe deixando sem renda fixa.
Soraia conta que já trabalhou na Associação Primeiro de Maio cobrindo férias de uma professora de apoio e faz trabalho voluntariado na doação de Kit Verde – montagem, separação etc. "Foi o pessoal da Associação que me incentivou a abrir uma conta no WasteBank, então eu fui conhecer o espaço que era logo em frente. No começo de 2022 comecei a entregar mais resíduos já que minha situação financeira começou a apertar porque o dinheiro acabou e eu não tinha mais recursos, minha filha tem alergias alimentares então tudo é mais caro. Encontrei na reciclagem uma forma de complementar a renda", conta Soraia.
" O que me impedia de trabalhar é não ter onde deixar a minha filha e nem com quem deixar, afinal ela não pode ficar com qualquer pessoa devido as suas crises e a escola também não ficam com ela. Então eu a coloco no carrinho nos dias de coleta e saio pelo bairro atrás de resíduos, separo eles e levo para o espaço do WasteBank. Esse valor ajudar a complementar a renda da semana até mesmo comprar um pão ou pagar uma conta de luz", relata Soraia.
Soraia tenta conciliar a vida de trabalhadora, mãe e mulher que tem seus objetivos pessoais. Ela percorre o bairro todo com o caminho feito a pé e carregando sozinha o carrinho e a filha. Depois que ela conheceu o WasteBank o impacto não foi somente na questão financeira do resíduo gerar valor, mas na conscientização que temos dentro de casa. Agora é automático ver um resíduo que é reciclável e já o separar, as pessoas do próprio município já sabem que ela recicla e deixam separado os resíduos para ela buscar.
Soraia conta que o WasteBank lhe proporcionou uma rotina muito mais flexível para realizar a entrega dos resíduos, além disso o cartão WB é extremamente importante no seu dia a dia. Através dele é possível usar para qualquer fim através do pix e cartão - é muito mais prático ter o dinheiro no cartão do que dinheiro físico. E também ela consegue ter o controle de tudo que e saiu da sua conta durante o mês. Soraia afirma que muitas oportunidades surgiram na sua vida através do WasteBank até mesmo médicos para auxiliarem no tratamento da sua filha.
Ela conta que sua experiencia com o WasteBank foi excelente. O atendimento da equipe é ótimo. "Eu posso dizer que eu e as meninas nos tornamos amigas já, eu chego lá entrego meus resíduos e elas realizam toda a pesagem e depois me enviam a quantidade, tenho total confiança e não preciso ficar lá esperando, posso voltar pra casa com minha filha e realizar as minhas coisas. Além disso, o pessoal é muito receptivo e está sempre disposto a nos ajudar. Caso o aplicativo tenha instabilidade eles sempre nos avisam também. É um comprometimento com o cliente que faz total diferença, somos tratados como clientes vips", diz Soraia.
Infelizmente a realidade ainda desafiadora da reciclagem no Brasil tem agentes inspiradores e que ainda não são valorizados socialmente: catadores e catadoras. Sem eles, não existe jornada de reciclagem. "Não é porque eu coleto resíduos - o que normalmente as pessoas acham que não tem valor que eu não mereço ser valorizada. Aqui no WasteBank nós recebemos a devida valorização e eles proporcionam a conscientização das pessoas e a importância de realizar o descarte adequado dos resíduos. As pessoas as vezes não trata bem quem recicla, isso é muito triste, pois menosprezam o nosso trabalho", conta.
"Teve uma vez que eu passei e tinha dois senhores na rua, um deles me olhou e falou: Nossa, tão nova e catando lixo, podia estar estudando. Só que as pessoas não sabem qual a realidade por trás daquela situação e o porquê você está recorrendo a esse recurso. Um recurso inclusive que é muito digno. Eu por exemplo possuo formação em psicologia e pós-graduação e eu estar reciclando não faz de mim uma pessoa inferior é isso q está me agregando no momento", relata Soraia.