O Bureau of International Recycling (BIR), que representa mundialmente o setor de sucatas, divulgou um levantamento com a situação em cada país.
O BIR que representa cerca de 30 mil recicladores em mais de 70 países em todo o mundo, incluindo 36 associações nacionais divulgou estudo, com base em dados de 10 de abril, no qual mostra globalmente onde a atividade de reciclagem foi considerada essencial nesse período de pandemia da covid-19.
Conforme a entidade países como a China, EUA, Itália, Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Bélgica, Canadá e Chile autorizaram a operação das empresas que coletam, classificam e processam materiais recicláveis, por considerá-la essencial para proteger a saúde humana e o meio ambiente.
O Brasil é um dos poucos, entre os países-membros do BIR, onde essa atividade continua sendo considerada não essencial, embora tenha uma das maiores cadeias de reciclagem de materiais do mundo. Várias entidades de reciclagem do país solicitaram aos governos dos Estados a liberação para o exercício da atividade e não obtiveram resultado até o momento.
Conforme o Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa), entidade brasileira membra filiada ao BIR, há grande preocupação com os impactos nos negócios das empresas deste segmento de mercado, que coletam, beneficiam e comercializam a sucata metálica com as usinas produtoras de aço e fundições, além do impacto ambiental, decorrente da paralisação da coleta seletiva e do trabalho do catador de segregação de materiais descartados postos em desuso.
Além da questão sanitária, essencial à prevenção contra a propagação de doenças como a covid-19, dengue, chikungunya, zika e febre amarela, o segmento argumenta que, quanto mais longo período de exposição dos materiais recicláveis, maiores os riscos de contaminação e disseminação.
Atualmente, segundo Clineu Alvarenga, presidente do Inesfa, as mais de 5,6 mil empresas do setor no país estão praticamente paradas devido à demanda retraída de sucatas ferrosas e à redução da coleta seletiva e do trabalho dos catadores (os chamados “carroceiros”), mais de 800 mi em todo o Brasil. A maior parte desses catadores estão também ainda sem acesso à ajuda governamental de R$ 600 e com dificuldades de sobreviver.
O Inesfa adotou uma série de providências no cuidado com a saúde e segurança dos trabalhadores do setor, fornecedores e catadores de materiais, para evitar a contaminação com o coronavírus. Tem, diariamente, recomendado às suas empresas associadas sobre a importância da limpeza dos locais de trabalho, uso de álcool em gel, lavagem das mãos e utilização de luvas e máscaras no manuseio dos materiais recicláveis.